Portugal - Norte - Vila Nova de Famalicão
- Tânia Filipa
- 8 de dez. de 2022
- 3 min de leitura
Atualizado: 12 de jan. de 2023
Vila Nova de Famalicão é um sítio engraçado, desde logo pelo contrassenso no nome. Ao contrário da maior parte das terras, que deixaram cair os prefixos de Vila ou Aldeia quando cresceram ou mesmo sem terem crescido, Vila Nova de Famalicão manteve o nome apesar de ser, na verdade, uma cidade e sede de Município.

Curiosidades à parte, fomos visitar Famalicão e perceber por nós próprios qual é a sua essência. Fomos durante a semana, no início de Dezembro, portanto não faltavam referências ao Natal por quase todas as ruas do centro. Além das típicas luzes Natal, encontrámos uma árvore de Natal feita de meias de Natal no recinto do mercado, uma pista de gelo, um carrossel, um comboio de Natal para toda a família (que tem um custo de 2€ para um passeio de cerca de 20 minutos) e ainda o comum mercado de Natal com produtos feitos à mão. Este mercado é bastante pequeno mas tem diversidade. Na verdade foi um dos mercados onde encontrámos mais originalidade; há até uma tenda de mel que tem abelhas vivas na barraquinha!

Para além do Natal, deparámo-nos com um centro bastante antigo em termos de casas mas muito bem conservado. O centro é consideravelmente vivo, com imenso comércio de várias dimensões e com várias idades, incluindo um mercado diário com frutas, legumes e uma secção de cafetaria e restauração. Também não foi difícil encontrar espaços amplos, nomeadamente jardins ou praças agradáveis para passar o tempo. E a melhor parte é que em todos estes sítios existem bancos ou cadeiras fixas. Este é um pormenor que parece não fazer muita diferença mas que na verdade é das coisas mais importantes em termos de inclusividade. Além de ajudarem a promover os encontros ao ar livre sem que seja necessário consumir, os banquinhos são sítios onde todos podem descansar, permitindo assim aos idosos, doentes respiratórios, doentes obesos, e a muitas outras pessoas que possam aproveitar a cidade ao seu próprio ritmo.
Ainda dentro do tópico da facilidade de acesso ao centro da cidade, existem cerca de 1500 parques de estacionamento gratuitos à volta da cidade, em distâncias inferiores a 5 minutos a pé do centro. Esta realidade só é alterada à quarta-feira, pois a feira semanal ocorre num destes parques de estacionamento, fazendo com que existam menos 800 lugares.

Além das condições, as atividades também parecem não faltar. Percebemos que o Mercado acaba por funcionar um pouco como o coração da cidade e é lá que se juntam grande parte dos Famalicenses, independentemente da idade. Neste espaço existem atividades pontuais, tais como a projecção dos jogos de futebol do mundial, mini concertos e workshops, e outras tantas atividades recorrentes. Entre os eventos recorrentes existem showcooks e o mercado de segunda mão "out of the closet". Independentemente do tipo de atividade que seja, está certamente anunciado na página oficial da Câmara, onde todos os eventos são publicados, com uma pequena descrição, a duração do evento, o preço (quando aplicável) e instruções sobre a forma de inscrição (também quando aplicável).
Acabámos por não ficar a conhecer completamente Famalicão, na verdade sentimos que temos de lá voltar para atar as pontas, mas a nossa impressão não podia ter sido melhor. Apesar de não conhecermos sequer ninguém de Famalicão, ficámos com a convicção de que aquela cidade está efetivamente feita para os Famalicenses. Ao contrário do que acontece em grande parte do país, em Vila Nova de Famalicão sentimo-nos muito integrados, quase como se estivéssemos numa cidade que foi feita e que continua a ser diariamente construída a pensar em quem usufrui dela.
Algo que também salta à vista numa visita a Famalicão são as placas indicativas de museus. Desta vez não tivemos tempo, mas numa próxima visita iremos certamente aos dois museus gratuitos que mais nos chamaram à atenção: o Museu Nacional Ferroviário - núcleo do Lousado, e o Museu da Indústria Têxtil da Bacia do Ave, que se encontra instalado na antiga Fábrica de Fiação e Tecelagem de Lã, não fosse Famalicão a nossa capital do têxtil.
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